É impressionante a capacidade de recuperação e retomada das frentes de ação. Não se intimidam diante dos fracassos e estão sempre dispostos a recomeçar. Conseguem manter o grupo coeso em defesa dos participantes e mantém o controle e a direção onde quer que estejam, através de uma rede de informações quase perfeita. A necessidade de uma sede, torna-se praticamente dispensável, pois utilizam a estrutura que está a mão. A cadeia é uma delas. Isto reduz consideravelmente os custos, dando espaço para que o lucro seja reinvestido em retroalimentação da organização e distribuído entre os participantes. Mais ainda. Em relação às drogas, desenvolveram um marketing de rede que bate qualquer grande empresa ou instituição religiosa em poder de persuasão, o que dispensa investimento em agências de publicidade. Eles criam a notícia. A mídia se encarrega de fazer a propaganda, reforçando o terror da população e alimentando a oposição política, que vê na situação, a grande chance de desmoralizar o Governo vigente prometendo soluções para quando estiverem no poder. Enquanto isso, eles vão ganhando o mercado.
O resultado está aí. Uma organização vitoriosa, em crescente expansão.
E nós? Ficamos divididos entre a postura da vítima ou da justificativa. Impotentes, dependentes das ações governamentais, encurralados, apavorados e, consequentemente, paralisados pelo medo. Ou então, elocubrando sobre as causas, tentando encontrar justificativas teóricas que fundamentem ou expliquem o que está acontecendo, numa busca incessante de identificar culpados.
Numa situação de crise, a rapidez na tomada de decisão é vital. Não há tempo para atacar as causas. Isto faz parte da solução a longo prazo. Diante de uma hemorragia, ou se estanca o sangue e depois se recupera o doente, ou ele morre. Sabemos que não se combate a violência com violência. Entretanto, desarmar a população sem prepará-la para uma outra forma de defesa, é levar as ovelhas para o matadouro. Estamos diante de um opositor inteligente. Inteligência se combate com inteligência. Onde estamos aplicando a nossa? Na busca de planejamento e estratégia para ganhar mais dinheiro e depois sermos roubados por uma organização mais competente?
A lição é simples. Tudo quanto ensinamos nas Empresas sobre funcionamento de equipe, visão sistêmica, processo decisório, delegação, organização e método, comunicação, motivação, relacionamentos interpessoais, seleção de pessoal e tantos outros conceitos administrativos, não precisam ficar restritos ao âmbito das empresas. Servem muito bem às famílias e à organização da nossa sociedade para o bem comum. Pena que até agora só quem descobriu isto, foram os bandidos.
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