Construí uma Casa à Beira-mar
© 2005 Solange Parpinelli Breder

 

Construí uma casa à beira-mar.

As ondas, na cotação da maré-lunar,
Sovavam as pedras em seu caminho
E orvalhavam os vidros correndo o risco:
O pinguinho.

 

Muitas torrentes.
Muitas tormentas.
O ciclo girando,
Seguindo sua rotineira rotação.

Onda vai,
Onda vem.
Lua vai,
Lua vem.
Gota vem,
Gota cai.

O barulho é uma constante.

Tormenta vai,
Tormenta vem.

Enxugo as gotas.
Encaro o mar.

As pedras continuam lá.

Apago a casa.

Tormenta vem, tormenta vai...

O mar, simplesmente, existe...

Dentro e fora de mim.


Quando não me faço entender
Por não encontar palavras
Não tente teclar “Sap”
Seria apenas a tradução
Daquilo que não interpretei
Mas que naquele momento representei

A falta de palavras
Nem sempre vem acompanhada
Da falta de ar

Sufoca, esvazia
Aperta, invade

Tenta-se desesperadamente

Deus meu!
Permita-me avistar ao menos
Meu próprio óvulo
E se faça o início da criação
Da minha cria-dor

Nunca se parte do nada
Mas sempre existirá a incerteza
De um lugar além

Busco a serenidade do retorno



 
 

Solange Parpinelli Breder ([email protected]) - Escritora e diretora da Callmunity, atua na área de Qualidade e Responsabilidade Social.
Visite seu blog em www.voxactiva.com.br

 

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