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A Arte de Trabalhar
© 2005 Vinícius Ribeiro - Rio de Janeiro (RJ)

Nem tudo é como imaginamos dentro de uma organização.
Tampouco o processo organizacional pode ser classificado dentro das experiências científicas que podem ser repetidas. Aliás, esse é um conceito arcaico oriundo do positivismo, em que as provas científicas tinham que provir de explicações matemáticas, exatas.

O próprio Freud, quando construía os primórdios da psicanálise, investigou a química de Vanel e se surpreendeu pois não se conseguia repetir a experiência de uma maneira igual, uniforme, sempre havia diferenças entre o método e a prática. No caso das organizações há vários métodos e várias práticas.


Para começar, há que se perceber que quase nunca a questão profissional está em primeiro lugar, na verdade, o contato pessoal é prioridade dentro dos esquemas organizacionais. Com raras exceções, normalmente, duas pessoas que não se dão bem, não produzem nada juntas.

Não podemos ser hipócritas dizendo que é só o bom trabalho que importa, na verdade, o bom trabalho só virá como conseqüência da união proveniente de boas relações pessoais, com funcionários bem capacitados, contribuindo para a formação de um clima organizacional favorável, tendo como conseqüência uma boa produção. Porém, esta produção deve ser esclarecida para os empregados nas mais diferentes formas. Podemos produzir afetivamente e profissionalmente e o sucesso, certamente está findo dentro da união desses dois fatores. Bom, o intuito deste texto, não é dar qualquer fórmula para que se atinja bons resultados e sim tentar esclarecer o porquê de muitas vezes as coisas não darem certo.

Vivemos em uma modernidade que se relaciona muito mais pelo ¨conectar¨ e ¨desconectar¨ do que por algum outro tipo de sentimento. Cada vez mais os símbolos da virtualidade vão tomando conta dos afetos e os afetos vão tomando conta deles. Então, é mais fácil conectar-se a alguém do que realmente criar laços, inclusive o descarte é mais fácil. O curioso é que nesse tipo de relação, predominante na atualidade, não se descarta totalmente o outro. O que acontece na realidade é que ao invés de se criar um luto pela perda de uma relação, o desconectar cria uma frouxidão entre os laços, o que a qualquer momento pode ser reconectado. Muitas vezes, esse é o quadro relacional das organizações, isso tem que ficar bem claro. Não se está pedindo para que os grupos de pessoas das empresas se tornem, de uma hora para a outra, clubes de amizade, não é isso.

Mas uma cultura organizacional bem conduzida pode transmitir o meio termo, onde o trabalho também é lugar para que se criem ambientes afetivos favoráveis, onde a amizade possa surgir e finalmente onde a competição possa deixar de ser cruel e passar a ser produtiva para cada um.

Na vida, desde a nossa origem, temos papéis, ¨cargos¨ a exercer. Assumimos a condição de criança, depois de adolescente, adulto, pai, amigo, irmão, empregado, torcedor, em todas elas há funções a seguir, limites a estabelecer. Se pararmos para refletir sobre esses ¨cargos¨ que exercemos no mundo, chegaremos à conclusão que desenvolvemos, para lidar melhor com eles, uma espécie de tato. Então o amigo, aprende com o sentimento de amizade, o pai e a mãe vão se modelando para moldarem os filhos e em uma empresa ao assumirmos funções, não devemos só segui-las, mas também fazer com elas o que os pintores fizeram com os seus quadros e os poetas fizeram com os seus livros. Muito mais do que exercer as funções que um cargo exige, devemos pintá-las, fazer poesias com elas e dentre pinceladas e versos vamos desenvolvendo o tato e com isso percebendo que os métodos se aplicam a prática, não só pelo trabalho, mas principalmente pela arte de trabalhar.

 
Vinícius Ribeiro ([email protected]) é Psicólogo. Conjuga suas atividades clínicas com atuação no ambiente empresarial. É o responsável por seleção de pessoal e monitoramento do Clima Organizacional da PINAMAK.