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O Líder Coercitivo
© 2005 Joan Marques

Observações podem conduzir a muitas conclusões valiosas sobre os estilos de liderança de várias pessoas. Há poucas semanas eu tive a oportunidade de observar uma pessoa importante no nicho de negócios em que opera; famoso pelos inúmeros sucessos que tem tido anos a fio, contudo, ao mesmo tempo, infame em razão de várias práticas escandalosas que deixam nossas sombrancelhas arquedas.

Porém, devo declarar imediatamente que esses que alcançam altos vôos sempre espalham muito ódio e rancor e ao mesmo tempo angariam admiração e glória. Assim eu tenho a tendência de desconsiderar comentários negativos sobre uma pessoa bem situada e, obviamente, muito trabalhadora, antes de formar minha própria opinião.


A partir dessa declaração, qualquer um poderia concluir que a nota a partir da qual eu começo a avaliar qualquer líder é a sua parte honrada ou a sua reputação. Para o resto do quadro a ser pintado, eu prefiro seguir minhas próprias observações a respeito dessa pessoa.

De volta ao indivíduo aqui citado: embora tenha sido observado de não muito longe, eu pude analisar o seu estilo de liderança desta pessoa, e tirei algumas conclusões importantes sobre os seus modos de manter o controle.

Em primeiro lugar, este líder tem uma estratégia que é assegurar-se de que as pessoas incorporadas à sua equipe são absolutamente leais a ele: um pequeno sinal de descontentamento, uma palavra de insatisfação proferida por um componente do grupo para qualquer pessoa estranha ou do próprio grupo, e a pessoa é penalizada com medidas que variam de danosas à auto-estima por tortura mental, ao abandono da pessoa que ousou exceder os seus limites. Não é de se espantar que os seguidores deste líder, todos indivíduos com altas aspirações de carreira e a convicção de que este líder todo-poderoso pode fazê-los ou pode quebrá-los num compasso do coração, estão aprendendo que em qualquer situação; nunca devem dizer uma palavra a ninguém, porque tudo pode ser usado contra; e tentam se fazer pequenos e invisíveis ao máximo se quiserem permanecer na graça do líder.

Outra característica importante que este líder demonstra, enquanto vai criando o mito entre os seus seguidores mais próximos, é de que ele tem a habilidade para ler a alma das pessoas desde o primeiro contato: Tudo o que ele prediz transforma-se em verdade. Assim, se ele prevê que um certo novo componente do time não é confiável, porque esta pessoa - devido ao seu signo astrológico, herança, cor, religião, educação, ou simplesmente pelo seu jeito de caminhar ou de falar - será considerada um traidor, e vai ser mandada embora. Não me admiro se você parar para refletir sobre isso.
Porque esse líder faz isso?
Parte do princípio de uma profecia autocumprida, começando a acompanhar minuciosamente cada movimento da ovelha negra, tendo a certeza de que toda palavra dita por esta pessoa adquire interpretações negativas e, assim, exatamente em sincronia com suas predições.

Então tal ovelha negra é mortificada e resigna-se ou torna-se permanentemente aterrorizada pelo líder. Enquanto tudo isso acontece, esta ovelha negra não faz nada além de servir de exemplo para o resto do grupo, ilustrando que o “oráculo” - o líder onipotente - tem novamente demonstrado seu poder de prever o caráter de outras pessoas. E assim, regularmente aprovando e subseqüentemente matando uma ovelha negra escolhida no grupo cuidadosamente, este líder mantém o seu legado.

O grupo deste líder coercitivo, também vale algumas linhas de considerações: consiste, sem exceção, de indivíduos que sofrem lavagem cerebral de tal forma desencorajadoura e humilhante, que é como se eles empenhassem sua alma em troca do sonho sonhado pelo líder para eles. A lealdade a ele é incondicional e só a ele. Não hesitam em incluir outras pessoas nos seus relatórios diários para ele. São exatamente as sessões diárias de apresentação de relatórios, que ele prefere chamar de Reunião de Socialização, que formam a estratégia deste líder como prevenção contra o desenvolvimento de poder nesse grupo. Ele os mantém dispersos e liquidados uns em relação aos outros. Não há nenhuma unidade entre eles. Ficam de olhos alertas voltados para os outros e serão capazes de informar imediatamente ao líder se a pessoa mencionar algo, mesmo insignificante, que possa ser interpretado como desleal. Eles não fazem isto para incomodarem uns aos outros. Na verdade temem que o líder descubra que tinham escutado algum comentário negativo dos colegas sem informar a ele e, assim, caírem também em desgraça.

Deixe-me contar-lhe uma coisa: este lugar é frio demais para que você permaneça, quando se é suprimido completamente do seu próprio coração, da sua mente, da sua alma, da sua autoconfiança e do seu senso de individualidade.

Além disso, as pessoas desse grupo foram adestradas pelo líder para sentirem-se honrados de estarem sempre ao seu redor. Eles aprendem que os namorados, a família e os seus outros interesses pessoais são relegados a um distante segundo lugar, depois dos desejos e demandas do líder.

As pessoas podem querer saber: se tudo isso é verdade e conhecido, por que pessoas ainda escolhem trabalhar com tal indivíduo?
Talvez porque haja mais pessoas que prefiram agir assim.
Conceda o benefício da dúvida e assuma que a negação do que foi relatado e dito sobre esta pessoa pode ter sido fruto de ciúme e inabilidade de se tornar parte integrante do grupo. Outra razão pode ser que, quando os componentes descubrirem a situação em que se meteram, seja muito tarde e muito alto o preço para sair: o líder os liquidará para sempre, afirmando que eles nunca terão nova oportunidade de dar seqüência na sua carreira em qualquer outro lugar. E, por fim, sempre há o legado deste líder: ele pode fazer as pessoas grandes, e todo componente do grupo sente-se um ponto de importância acima da humilhação de ser tirado da sua individualidade.

E assim a bola vai rolando...

 
Joan Marques emigrou do Suriname, América do Sul, para a Califórnia, EUA, em 1998. Ela segura um doutorado em Liderança Organizacional, um Mestre em Administração Empresarial, e é atualmente um instrutor universitário em Negócio e Administração em Burbank, Califórnia. Procure os seus livros "Empower the Leader in You" (Potencialize o Líder em Você) e "The Global Village" (A Aldeia global) em livrarias on-line ou no seu website : www.joanmarques.com

© Copyright 2005 Adolfo Breder ([email protected]) da versão do texto original em inglês:
"The Coercive Leader"